
Em seu terceiro dia de programação, a ABRIN 2025 apresentou tendências sobre a inserção das tecnologias digitais no futuro do varejo. Durante sua palestra no evento, o professor e pesquisador da PUC, Diogo Cortiz, destacou que os agentes de inteligência artificial representam a próxima grande transformação para o setor, com impactos previstos para os próximos três anos.
Para entender como essa tecnologia está moldando o mercado e quais oportunidades ela traz para lojistas e fabricantes, continue a leitura!
Agentes de IA: a nova fronteira da automação no varejo de brinquedos
Apesar de sua popularização nos últimos 3 anos, a inteligência artificial representa um conjunto de tecnologias que vêm sendo pesquisadas há algumas décadas. “A inteligência artificial ficou muito forte depois do lançamento do ChatGPT, mas é uma área antiga, datada de 1950. Ela surge em paralelo com a própria história da ciência da computação”, contextualizou Cortiz, durante sua participação na ABRIN Talks.
O especialista ressaltou que a popularização destas tecnologias representa uma mudança de paradigma para varejistas e fabricantes, oferecendo ferramentas que ampliam significativamente a capacidade de análise e interação com os consumidores. No entanto, destacou uma tendência que parece ser particularmente promissora para o varejo: “a grande tendência para 2025, 2026, 2027 são os agentes de inteligência artificial”.
Diferentemente dos chatbots convencionais, que já são amplamente utilizados para o atendimento em tempo real, por texto ou voz, os agentes de Inteligência artificial permitem maior personalização, automação e eficiência no varejo de brinquedos. A diferença, explica o professor, está em sua capacidade de interação:
“Enquanto chatbots são autocontidos, os agentes podem observar o ambiente, tanto físico quanto digital, e realizar ações neste ambiente. Com os sistemas multi-agentes, um agente específico interage com outro, permitindo muito mais autonomia para a indústria”.
Neste novo cenário, portanto, ao invés de contar com a inteligência artificial apenas para automatizar tarefas específicas, será possível treiná-la para desempenhar uma série de funções que exijam análise de dados e tomadas de decisão autônomas.
Impactos práticos para lojistas e fabricantes
Atualmente, já é possível que varejistas apliquem a inteligência artificial de diversas formas, aumentando a eficiência operacional e a satisfação do consumidor. Estudos da Harvard Business School e da Wharton School indicam que profissionais que utilizam IA concluem 12% mais tarefas, 25% mais rapidamente e com maior qualidade.
Na prática, a IA está otimizando processos como:
- Personalização de recomendações de produtos com base no comportamento do cliente;
- Criação de campanhas de marketing direcionadas a nichos específicos;
- Análise preditiva de tendências e padrões de consumo;
- Automação de gestão de estoque e reabastecimento.
“A IA é uma grande ferramenta de inovação, uma ferramenta exploratória para gerar ideias. Quando combinamos nossa intenção, preferências e desejos com as possibilidades da máquina, começamos a criar coisas com autenticidade e valor produtivo”, destacou Cortiz.
Dados e estatísticas promissoras para o setor
O impacto econômico esperado pela IA no setor de brinquedos é significativo. De acordo com o Goldman Sachs, apenas a IA generativa pode gerar um aumento de 7% no PIB global. No varejo de brinquedos, a capacidade de antever tendências e comportamentos de consumo pode ser um diferencial competitivo essencial.
“A Inteligência Artificial faz enxergar aquilo que a gente sozinho não consegue ver. É como se fosse um grande microscópio da realidade”, comparou o professor da PUC-SP. Essa capacidade permite aos varejistas identificar oportunidades de mercado que poderiam passar despercebidas, garantindo uma estratégia mais assertiva.
O futuro da interação entre crianças e brinquedos
A IA também está transformando a interação entre crianças e brinquedos. Um exemplo citado pelo palestrante foi o robô de companhia LOVOT, da empresa japonesa de mesmo nome. Utilizando IA, o dispositivo aprende padrões de comportamento, reconhece pessoas e pode até monitorar situações de risco, indicando uma tendência crescente de brinquedos interativos e inteligentes.
Diante das inúmeras possibilidades de aplicação destas tecnologias no varejo e indústria de brinquedos e dos questionamentos fundamentais a respeito de seus limites de uso, Cortiz compartilha um lembrete importante: “vejo a inteligência artificial com um grande poder, e sabemos que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. O uso ético e responsável da inteligência artificial está nas nossas mãos e não nas mãos das máquinas”.
ABRIN 2025: inovação e futuro do setor de brinquedos
A ABRIN 2025 demonstrou que a revolução tecnológica no setor de brinquedos está apenas começando. A adoção de agentes de inteligência artificial promete remodelar a relação entre consumidores e marcas, criando novas oportunidades para lojistas que souberem aproveitar essa tendência. O futuro do varejo de brinquedos será moldado por aqueles que souberem unir tecnologia, criatividade e um profundo entendimento do comportamento do consumidor.
E você, está preparado para essa nova era do varejo? Fique por dentro das tendências da ABRIN 2025 e descubra como levar seu negócio para o próximo nível!