A Abrin 2025, a principal feira de brinquedos da América Latina, reúne todos os anos especialistas para discutir as principais tendências do setor. No palco do Abrin Talks, aconteceu o painel com o Top Speaker Ricardo Rocha, Head da InvestLabs e ex-Head de Plataforma de Sellers da Magalu, para compartilhar a sua visão sobre o futuro do varejo de brinquedos inteligente.
Se você quer entender como a tecnologia e a experiência digital estão redefinindo o mercado, continue a leitura e acompanhe as principais percepções!
Do Físico ao digital: a jornada do Parceiro Magalu
O case “Parceiro Magalu” é um exemplo prático de como a transformação digital pode ser aplicada no varejo. O programa, que começou com apenas três pessoas – Ricardo Rocha, Douglas e Pedro Vasconcelos –, tinha como objetivo digitalizar micro e pequenos varejistas no Brasil. A iniciativa cresceu exponencialmente, atingindo mais de 300 mil varejistas em quatro anos.
Rocha destacou que o grande desafio era a falta de habilidades digitais desses pequenos empreendedores. “Nós não construímos uma plataforma e tentamos encaixar os varejistas nela. Fomos até eles, ouvimos suas necessidades e, a partir disso, criamos uma solução que funcionasse para a realidade deles”, explicou.
Essa abordagem centrada no cliente é uma lição para o varejo de brinquedos inteligente. Rocha enfatizou que muitas empresas ainda cometem o erro de criar produtos sem entender as demandas reais do mercado. “Quantos brinquedos nós estamos construindo a partir das observações que fazemos dos comportamentos da nossa geração? Ou nós temos ideias geniais do nosso time de engenharia e pedagogia e depois saímos correndo atrás de alguém que queira comprá-los?”, questionou.
A jornada phygital: o novo normal no consumo infantil
Um conceito importante apresentado por Rocha foi o de consumidor “phygital” – a fusão entre físico e digital. Para as crianças da Geração Alfa, o mundo já é digital por natureza. “Não existe um mundo sem telas. É da cabeça das gerações anteriores essa ideia de separação entre analógico e digital. Para as crianças, tudo é integrado”, afirmou.
No varejo de brinquedos, isso significa oferecer uma jornada de compra que combine o melhor dos dois mundos. Rocha citou dados que mostram que nove em cada dez brasileiros pesquisam na internet antes de fazer uma compra. Embora o tráfego em lojas físicas tenha diminuído, as vendas aumentaram. “Se um cliente chegou na sua loja, se você não atrapalhar muito, ele compra, porque ele já decidiu”, destacou.
Marketing intergeracional: como atender seis gerações ao mesmo tempo
Outro desafio abordado por Rocha foi a coexistência de seis gerações de consumidores – da geração madura à geração Alfa. Cada uma delas tem uma linguagem e prioridades diferentes na hora de comprar.
“Se um avô vai comprar um brinquedo para o neto, ele quer saber sobre especificações técnicas e durabilidade. Já um pai da Geração Y quer conhecer o propósito e os valores que o brinquedo representa”, explicou. Para ele, o sucesso no varejo de brinquedos inteligente depende da capacidade de adaptar o discurso comercial ao comprador, não apenas à criança que receberá o produto.
IA como ferramenta estratégica no varejo de brinquedos
A inteligência artificial no varejo foi um dos temas centrais da palestra. Rocha foi categórico: “Em menos de seis meses, será impossível os negócios sobreviverem sem inteligência artificial”. Ele compartilhou exemplos práticos de como a IA pode automatizar processos, reduzir custos e melhorar a experiência do cliente.
Um dos cases apresentados foi o da Blips, empresa que cresceu 3.100% em cinco anos usando “funcionários digitais” – assistentes virtuais baseados em IA. “Este ano a empresa vai faturar 350 milhões com o mesmo número de funcionários na cobrança que tinha quando faturava 89 milhões”, revelou.
Para o varejo de brinquedos inteligente, a IA pode ser aplicada em diversas áreas, desde o atendimento ao cliente até a gestão de estoque. Rocha destacou que os atendimentos realizados em até um minuto têm 23% de chance de conversão, enquanto após dez minutos essa taxa cai pela metade.
Encontrabilidade digital: a chave para a sobrevivência no varejo
A última revolução abordada por Ricardo Rocha foi a “encontrabilidade” digital. “Se você não tem presença digital, reputação, relevância e avaliações nos canais digitais, seu negócio pode nem aparecer nas pesquisas dos seus clientes”, alertou.
Ele ressaltou que o tradicional “boca a boca” foi digitalizado, e hoje as ferramentas de busca priorizam empresas bem avaliadas. “Se seu cliente não está colocando 4 ou 5 estrelas para seu atendimento ou produto, possivelmente o Google nem lista você”, explicou.
Para os varejistas de brinquedos, isso significa que investir em presença digital não é mais opcional, mas uma questão de sobrevivência. Ter perfis atualizados no Google Meu Negócio (GMB) e nas redes sociais, além de solicitar ativamente avaliações dos clientes, tornou-se tão importante quanto a qualidade do atendimento físico.
Abrin 2025: o futuro do setor de brinquedos começa aqui
A Abrin 2025 reforçou que o setor de brinquedos está em constante transformação. A feira apresentou lançamentos e discutiu tendências como a inteligência artificial no varejo, a experiência digital e o marketing intergeracional.
Ricardo Rocha deixou uma mensagem clara: “Se você não está construindo, desenvolvendo e aprendendo sobre IA em sua empresa, está ficando para trás”. Para os lojistas, a hora de agir é agora.
O varejo de brinquedos inteligente exige adaptação constante, mas oferece oportunidades únicas para quem está disposto a inovar. O futuro do setor está nas mãos daqueles que conseguem unir tecnologia, criatividade e entendimento profundo do comportamento de consumo infantil.
E você, está preparado para as transformações do mercado brinquedista? Acompanhe as novidades da edição 2025 e descubra como se destacar em um segmento cada vez mais dinâmico e conectado!