Ferramentas e técnicas permitem que lojistas de brinquedos usem as próprias lojas, físicas ou virtuais, para melhorar os resultados
Depois de percorrer o passado, o presente e o futuro do brinquedo, o Abrin Talks aterrissou no varejo e promoveu uma maratona de marketing digital. No último dia da Abrin 2024, lojistas ganharam verdadeiras aulas para aprender a vender mais e melhor utilizando as tecnologias disponíveis.
Trade Marketing
Embora muitos varejistas já explorem o potencial dos seus pontos de venda, há uma série de ferramentas que podem ajudar a atrair e fidelizar clientes. Algumas delas foram apresentadas pela Trade Marketing Sênior do Grupo Leonora, Claudia Nunes, na apresentação “Como o trade marketing pode potencializar a venda de brinquedos”.
“O essencial para ter um PDV de sucesso é ser chamativo, dar um bom atendimento e oferecer um mix de produtos afetivos”, ensina.
Destacar produtos, promover boa experiência, caprichar no atendimento e manter um ambiente lúdico e interativo são outras dicas. Como tendência, Claudia cita o “empréstimo” do espaço da loja para os clientes promoverem festas de aniversário e a criação de lista de presentes, iguais às famosas listas de casamento.
“Imagina você ter um cliente fidelizado desde bebê e acompanhar todas as fases da vida dele”, sugere.
Retail Media
Célio Martinez, CEO do Mercado & Consumo tratou de uma ferramenta de marketing já bastante utilizada, mas ainda pouco explorada pelo varejo brasileiro.
Em “Retail Marketing: as estratégias para estar na vanguarda desta tendência”, o executivo revelou que em mercados como o norte-americano o investimento em mídia digital está migrando para esta nova modalidade.
Na prática, trata-se da veiculação de anúncio das marcas dentro da loja. “É uma ferramenta personalizada e assertiva que aumenta a chance de conversão e uma forma adicional de monetização”. Ou seja, é bom para o anunciante (marca) e para a mídia (loja física ou digital).
Porém, alguns cuidados são necessários: “Se eu atraio o cliente pelo ambiente digital e não tenho nada digital na minha loja, eu perdi um ponto de contato com este cliente”.
Bottom Funnel
O termo se refere à última etapa do conceito de “funil de vendas” – ou seja, a conversão, o ambiente onde a venda se concretiza. A perspectiva inovadora que o CSO da ScoreGroup, Albano Neto, apresentou é que esse ambiente pode também ser importante na construção de marca.
A palestra “Estratégias de Bottom Funnel: Como dar um reshape na experiência de compra do cliente” mostrou como grandes marcas vêm explorando o ponto de venda para se aproximar do cliente e aumentar as vendas. “É o momento que o consumidor está vivendo a experiência”, aponta Neto.
Ele alerta que as campanhas podem ser inovadoras, mas que as empresas não podem abrir mão de elementos que levem ao seu reconhecimento pelo consumidor.
Falando da Geração Alfa, público prioritário da indústria de brinquedos, Neto apontou que a brincadeira física ainda é importante para eles. “Três cenários podem viabilizar uma loja diferente: digitalizar a brincadeira, oferecer vivência e interação, e explorar consciência e desenvolvimento”.
TikTok
Ele já foi chamado de “aplicativo de dancinhas”, mas hoje é a maior plataforma de vídeo e entretenimento do mundo. E, como tal, pode ser explorado pelas marcas e pelo varejo para conquistar consumidores – desde que respeitado o formato da plataforma.
“A ideia de publicidade no TikTok não é anúncio, é um vídeo, um conteúdo divertido e informativo”, disse Isabella Venâncio, gerente de Desenvolvimento do TikTok no painel “Diversão e negócios: Como explorar o TikTok de maneira eficaz”.
Segundo ela, 23% dos usuários descobriram algum produto novo na plataforma e foram comprá-lo imediatamente. Além disso, a visibilidade alcançada aumenta em até três vezes a visita às lojas físicas.
Como tendência para o mercado de brinquedos, Isabella revelou que o colecionismo, a nostalgia e os novos rituais (reunir a família e amigos para jogar) são as mais fortes.
“Se sua empresa não está no TikTok, com certeza alguém está falando dela na plataforma. Cabe a você se apropriar deste conteúdo”.
Omnichannel
Uma realidade para grande parte do varejo, o omnichannel promove aumento de vendas e fidelização de clientes. Foi o que mostrou o diretor de Revenue da Nexaas, Andrei Dias, no painel “Como o omnichannel pode potencializar suas vendas”.
“Omnichannel não difere o local da venda, e sim a forma como você apresenta seu produto”, orienta Dias, e acrescenta que 71% dos consumidores compram em mais de um canal da mesma marca.
Isto porque dá ao cliente a liberdade de comprar onde e como quiser. “É uma vitrine infinita”, resume. Entre as vantagens observadas, pesquisas mostram que por meio do omnichannel varejistas estão conseguindo aumentar a receita em 18% e reduzir o custo em 29%.
Marketplaces
Mercado Livre, Amazon, Shopee… estas plataformas são verdadeiros “shopping centers virtuais” que reúnem diversos vendedores e marcas, e a maior dificuldade é destacar-se ante os concorrentes.
Lucas Cardoso, CEO da Valentina Brinquedos, deu algumas dicas valiosas para os lojistas em sua apresentação “A importância de multicanais de vendas”, usando como base a bem-sucedida experiência de sua empresa.
“Não pense que ao abrir uma loja online ela vai vender sozinha. Não basta anunciar, precisa ter um gestor de tráfego e um profissional de social media, além de fazer uma boa descrição do produto e uma boa foto”, orientou.
Ele chamou atenção que a descrição é essencial para indexar nas ferramentas de busca e que, em alguns casos, até alguns erros gramaticais são válidos pensando que o consumidor muitas vezes comete esses erros na pesquisa.
“Com o marketplace, sua marca deixa de ser regional para se tornar nacional”.